Pelo mundo, surgem iniciativas para ajudar profissionais do setor, sobretudo autônomos, que estão sem trabalho por causa do coronavírus
RIO - Em meio aos impactos catastróficos causados pelo novo coronavírus na economia da cultura, diversos países vêm anunciando medidas para socorrer a indústria com investimentos e subsídios. França e Itália, por exemplo, já prometeram recursos diretos para o setor. Além desse investimento estatal, em países como os Estados Unidos muitas fundações e instituições privadas se mobilizam para fornecer bolsas a artistas e profissionais da cultura. Especialistas ouvidos pelo GLOBO desde o início da pandemia defendem que medidas parecidas sejam adotadas pelo governo brasileiro. Além disso, entidades do setor cultural já pressionam prefeituras, estados e a União para que exemplos de fora sejam replicados aqui. Conheça alguns:
Estados Unidos
O presidente Donald Trump anunciou um plano de distribuição de cheques às famílias, que podem chegar a US$ 1 mil. A medida se destina a estimular o consumo e pode beneficiar, por exemplo, o comércio de livros e o mercado online de música, séries e filmes. Além do governo, fundações privadas e instituições de arte também se mobilizam para criar uma rede de proteção social para artistas. A Fundação para as Artes de Nova York compilou uma lista de bolsas de emergência que estão sendo oferecidas a profissionais da área. Os auxílios dados por diversos institutos americanos fornecem até US$ 5 mil para despesas médicas de urgência ou subsídios para artistas com dificuldades de trabalhar. Foi lançada ainda a plataforma “Covid-19 Freelance Artist Resources”, que lista possibilidades de financiamento, advocacia, crowdfunding e informações gerais sobre o coronavírus.Inglaterra
O Arts Concil, que corresponde ao ministério da Cultura inglês, vai continuar transferindo fundos para projetos culturais financiados mesmo que eles estejam parados. Segundo o economista Eduardo Valiati, professor da Queen Mary University de Londres, a medida é importante principalmente para garantir os empregos do setor:
— Eles continuarão pagando com o compromisso de que as organizações culturais mantenham os trabalhadores, principalmente os temporários, que são os mais afetados da cadeia. Afinal, o freelancer, quando não tem trabalho, não recebe.
Além disso, o projeto “Seb’s Art List”, baseado em Londres, lançou uma plataforma com informações sobre fundos para artistas afetados, chamadas de emprego, dicas de saúde e de trabalho durante a quarentena.